sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ubi Petrus ibi Ecclesia

O Vigário de Cristo é lembrado de um modo mais especial no dia 22 de Fevereiro pelo orbe católico, por ocasião da festa da Cátedra de São Pedro. Esta celebração teve início no século IV, como sinal de unidade fundada sobre o príncipe dos apóstolos por Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt. 16,19).

Mas, qual o motivo de se celebrar uma cátedra? O que ela significa? Não parece mais apropriado homenagear a pessoa do papa à sua cadeira? Contudo, é mais grandioso e submisso celebrar a festa da Cátedra de São Pedro porque se celebra a autoridade do papado, e este enquanto tendo uma cátedra infalível que se dirige ao mundo inteiro. Pois, nos diz Santo Ambrósio: “Onde está Pedro está a Igreja”.[1]

Até onde chega essa autoridade? Assim afirma Dr. Plinio: “O Papa é o ponto de atração de todas as inteligências e de todos os corações. Sua Majestade, sublime e excelsa entre todas, supera o humano e atinge o divino. Por isso não se poderia imaginar um homem com tal poder, cair em erro, em matéria de fé e moral. Então, é dada ao Papa a graça única da Infalibilidade, por onde ele não consegue cair em erro”.[2]

Ora, de tal maneira a Igreja Católica está vincada à Cátedra de São Pedro que onde não há a aprovação do Papa não há Catolicidade. O verdadeiro fiel sabe que o Papa resume e compendia em si toda a Igreja Católica [...]. Porque tudo quanto há na Igreja de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural, tudo isto, mas absolutamente tudo sem exceção, nem condição, nem restrição está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de São Pedro. As instituições mais sagradas, as obras mais veneráveis, as tradições mais santas, as pessoas mais conspícuas, tudo enfim que mais genuína e altamente possa exprimir o Catolicismo e ornar a Igreja de Deus, tudo isto se torna nulo, maldito, estéril, digno do fogo eterno, e da ira de Deus, se separado do Romano Pontífice. [...] para nós, entre o Papa e Jesus Cristo não há diferença. Tudo que diga respeito ao Papa diz respeito direta, íntima e indissoluvelmente a Jesus Cristo.”[3]

Portanto, a festa da Cátedra de São Pedro é de suma importância para toda a Igreja, e nos mostra o quanto a pessoa do Papa é o elo entre o céu e a terra. E aqueles que não o seguem em sua bondade paternal, desviam-se dos princípios evangélicos, se afastando do caminho da salvação.

Agradeçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a instituição desta cátedra infalível, que é propriamente a coluna do mundo, porque se não houvesse infalibilidade, o mundo estaria perdido.

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[1] SANTO AMBRÓSIO, in: ROHRBACHER, vida dos Santos. Vol. II, São Paulo: ed. das Américas,1959.

[2] CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Legionário, Março,1942.

[3] Idem.1944.

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os religiosos devem cuidar mais do carisma que das obras


Um momento de transformação, renovação e retorno às origens. Assim descreve a situação atual da vida religiosa o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para a Vida Consagrada, em palavras ditas a propósito do dia Mundial da Vida Consagrada.
Ele afirmou que enquanto na Asia, África e América Latina existe a necessidade de confirmar se todas as vocações que surgem são de boa fé; na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália é necessário um empenho para voltar aos ensinamentos dos fundadores e reforçar a vida comunitária ainda que isso suponha diminuir o número.
Para o Cardeal, “O mais importante não são as obras. Mesmo que elas se desenvolvam muito, as obras são fruto de um carisma. Temos que estudar se trabalhando em tantas obras o carisma permanece. Porque, se o carisma não se mantém, as obras morrerão. É melhor diminuir as obras e que o carisma seja mantido. Ou seja, voltar à mensagem fundamental dos fundadores enfocada no Evangelho”.
O cardeal explica a importância de voltar às raízes e mostra que na história houve casos de congregações que tinham um só membro vivendo autenticamente sua missão e depois voltaram a ter 3.000 membros.
“Se não se tem como centro a graça pela qual nasceu a congregação, o carisma morrerá, se não se cuidar disso”, disse Dom João de Aviz.
Outro desafio apontado pelo cardeal foram as relações entre as Ordens Religiosas. É necessário que exista uma maior comunhão entre elas, disse.
O Prefeito da Congregação para a Vida Consagrada mostrou que “Na Igreja temos que aprender a ajudar nos. Se um carisma sofre, necessita de outro que está em uma boa situação que possa ajudar. Porém, em todos os sentidos: economicamente, na formação, nas vocações. Quantas coisas pode-se fazer juntos para ajudar-nos Às vezes estamos demasiados ilhados e isto nos traz dano!”.
Dom João Braz de Aviz disse ser mais importante a autenticidade da missão que o número de membros ou instituições. O Cardeal vê sinais de esperança ainda que haja muito trabalho para ser feito.